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 Mitologia chinesa

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Nozgoth
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MensagemAssunto: Mitologia chinesa   Mitologia chinesa EmptyQua maio 06, 2009 6:18 pm

O PW é baseado na mitologia chinesa, não tão conhecida por nós quanto à celta, grega, egípcia, etc.

Para facilitar RPs e um maior entendimento da mitologia que inspirou o jogo, segue as seguintes informações:


OS DEUSES DA CHINA
Dos Milhares de Deuses Chineses, apenas alguns desempenham papel importante na criação do cosmo e dos mundos míticos do céu e do inferno. Suas imagens figuram com destaque nos tempos, ao lado de outras divindades menores mas também populares. Os chineses visitam esses templos sempre que tem algum problema ou um desejo específico e entram em contato com o deus ou deusa apropriados. Por exemplo, se estiverem preocupados com a seca, farão uma oferenda aos deuses dos lagos e rios. As histórias dessas divindades são uma mistura de budismo, confucionismo e taoísmo, o que dá à religião chinesa um tom muito especial.

O Yin e Yang
As forças subjacentes a tudo que existe no universo chinês são o Yin e o Yang. São opostos mas coexistem num delicado equilíbrio (mutuamente dependentes mas complementares). O Yin é negativo, frio, feminino, pesado, escuro, e está ligado a Terra. O Yang é positivo, masculino, quente, leve, claro, e está associado ao céu. O círculo, com suas áreas claras e escuras, simbolizam o Yin e o Yang.

Pan Ku
O Yin e o Yang estavam contidos dentro de um ovo gigantesco. Ao lutarem entre sí, quebraram o ovo ao meio, revelando o criador Pan Ku (Pan Gu). Quando o deus imergiu do ovo, a terra e o céu se separaram de PanKu, entre os dois,manteve-os separados. Por dezoito mil anos, o deus trabalhou na criação, usando o martelo e formão, ajudado apenas por um dragão, uma fênix, um unicórnio, um tigre e uma tartaruga. Quando PanKu morreu, seu hálito transformou-se no vento, e os seus olhos no sol e na lua.

Nu Wa
A criadora Nu Wa era também deusa da fertilidade. Muito tempo atrás houve um grande dilúvio e os únicos sobreviventes foram Nu Wa e seu consorte, Fu Hsi. Quando as águas baixaram, eles se transformaram num casal de serpentes de cabeça humana. Seus filhos foram as plantas e animais do mundo. Numa outra versão do mito, Nu WA formou novas pessoas com bolas de lama. Ela também consertou o mundo após o grande dilúvio.

Fu Hsi
O imperador Fu Hsi (Fu Xi) é considerado o fundador da China. Foi o primeiro rei, estabeleceu as primeiras leis(sobretudo as do casamento), inventou os nomes de clãs e famílias e fez o primeiro calendário. Grande inventor, mostrou às pessoas como trabalhar os metais, construiu os primeiros instrumentos musicais e criou o primeiro sistema de escrita chinesa.

Shennong
Deus das plantas, da agricultura e da medicina herbal. Também conhecido como Imperador Yan ou "Imperador dos Cinco Grãos", foi um governante da China e um herói cultural que viveu há aproximadamente 5.000 anos atrás, e ensinou a antiga China as práticas da agricultura. Seu nome significa "o Fazendeiro Divino". Considerado o pai da agricultura chinesa, Shennong ensinou seu povo como cultivar grãos como comida, bem como evitar a matança de animais.

Yi
Conhecido como o arqueiro excelente, Yi (I) é um dos heróis da antiga China. Conta-se que muito tempo atrás havia dez sóis no céu e que, por serem quentes demais, eles esturricavam a terra. Yi matou nove deles com seu arco e fecha,deixando apenas um sol.

Shang-o
A mulher do herói Yi era Shang-o (Zhango). Num mito famoso,Yi encontra o precioso elixir da vida. Shang-o rouba e bebe o elixir, e começa a flutuar até a lua. No caminho, é transformada num sapo. Yi fica arrasado-Shang-o iria se tornar deusa da lua.

Lei Gong
Deus do trovão, também conhecido como Lei Shen, uma deidade taoísta que, quando ordenado pelos Céus, pune tanto os mortais terrenos culpados de crimes secretos quanto espíritos malignos que tenham usado seu conhecimento do Taoísmo para prejudicar seres humanos. Inicialmente, Lei Gong tinha uma vida mortal. Ele encontrou o pessegueiro sagrado, e quando deu uma mordida em um dos péssegos, ele se tornou um humano com asas de pássaro. Posteriormente ele recebeu uma maça e um martelo que possibilitava a criação do trovão, e assim se tornou o Deus do Trovão.

Hsi Wang-Mu
Conhecida como rainha mãe Wang Wang, Hsi Wang-mu (Xi Wangmu)-rainha dos céus e mulher de YüHuang Shang-Ti- vivia num palácio todo construído de jade. Era a padroeira das mulheres e as pessoas rezavam para ela quando tinham uma filha. Foi Hsi Wang-Mu quem deu o elixir da imortalidade aYi.

Monte Kunlum
O paraíso chinês ficava no centro da Terra, no topo de uma montanha chamada Kunlum. Essa era a morada dos deuses e o lugar onde Hsi Wang-Mu tinha seu palácio e jardins.

Pêssegos da Imortalidade
No jardim de Hsi Wang-Mu havia um pessegueiro cujos frutos tornavam quem os comesse imortal. Sun Wu-K'ung(Sun Wukong) foi até o céu e roubou os pêssegos. Todos os deuses e funcionários do céu lutaram com ele para recuperar os frutos, até que ele foi capturado por Buda.

Sun Wu-Kung
As aventuras do Rei Macaco, Sun Wu-kung, são contadas no famoso romance chinês Viagem parao oeste. Depois que ele foi pego roubando os pêssegos do jardim de HsiWang-mu, a bondosa deusa da misericórdia, KuanYin, intercedeu por ele. Ela lhe deu permissão de voltar à terra para levar Tang Seng, peregrino budista, até a Índia.

Yü Huang Shang-Ti
O imperador de Jade - Yü Huang Shang-ti (Yü Huang Shangdi) -governava os céus. Seu reino era visto como um espelho celestial da corte terrena do imperador chinês. Seus funcionários recebiam relatórios dos deuses domésticos sobre a conduta das pessoas na terra. Provavelmente foi um imperador terreno que deixou seus bens para ajudar os doentes, antes de ir para o céu.

Os Três Deuses da Felicidade
Estatuetas dos três deuses da felicidade figuram em muitos restaurantes chineses. Eles representam todas as qualidades que o povo chinês mais almeja. São eles Fu Hsing, deus da sorte; Lu Hsing, deus da riqueza e dos altos postos (que também concedia os filhos homens); e Shou Using, deus da longevidade (que decidia quando as pessoas morreriam).

Lung Wang
Havia muitos reis dragões - ou Lung Wang (Long Wang) - que eram deuses dos rios, dos lagos e dos quatro oceanos. Os reis dragões representavam sabedoria, força e bondade. Protetores dos barqueiros e aguadeiros, consta que puniam todos os que desperdiçavam água. Também traziam as chuvas, e oferendas eram feitas a eles durante os períodos de seca. Quando zangados, os Lung Wang traziam nevoeiros e terremotos que danificavam as margens dos rios.

K'uei Hsing
Deus dos exames, K'uei Hsing (Kui Xing) foi muito popular nos tempos imperiais, quando os exames eram um requisito importante para um emprego no poderoso funcionalismo público. Em geral aparece como um homem de pé sobre a cabeça de uma criatura marinha, por exemplo, uma tartaruga. Isso porque, segundo algumas lendas, quando era professor tentou se suicidar atirando-se no mar, mas acabou sendo salvo por um animal marinho.

Yen-Lo Wang
Havia dezoito infernos, distribuídos por dez tribunais de justiça, que eram presididos pelos reis Yama. O chefe supremo do mundo do inferno e líder do primeiro tribunal de justiça era chamado Yen-Lo Wang(Yanluo Wang), um ser justo e bondoso. Ele mantinha um registro detalhado das boas e más ações das pessoas na terra, dava sentenças justas para os maus atos ou recompensava os bons e os arrependidos.


OS DEUSES POPULARES DA CHINA
Milhares dedivindades menores continuam sendo reverenciadas nos templos chineses. Podem ter origem no budismo, como a popular deusa da fertilidade, Kuan Yin, ou no taoísmo, como os Oito Imortais. Deuses domésticos, da sorte, protetores de ofícios ou profissões específicas, além das divindades relacionadas como outro mundo, têm todos um papel a desempenhar, sobretudo quando existe algum problema relacionado a sua esfera de atuação. O número de deuses é maior ainda porque muitos têm um imenso séquito que vem em seu socorro na terra. Quase todos são mortais que foram deificados: imperadores famosos, sábios ou pessoas comuns que executaram feitos notáveis.

Ho Ho Erh Hsien
Os gêmeos chamados Ho Ho Erh Hsien (He He Er Xian) são deuses da riqueza e empregados de Ts'ai Shen. Segundo a lenda, eram gêmeos de verdade, e ganhavam a vida fazendo cal e carvão. Devido a seu trabalho árduo e ao sucesso que obtiveram, tornaram-se símbolos de parceria e harmonia. Ao começar algum novo negócio, os chineses levam amuletos aos Ho Ho (harmonia em chinês), na esperança de ter sucesso. Apareceram quase sempre com flores de lótus, símbolo de harmonia.

Lu Pan
Deus dos construtores, Lu Pan (Lu Ban)era chefe de obras públicas no céu e patrono dos operários, desde pedreiros e marceneiros até decoradores e encanadores. Grande inventor, o mortal LuPan foi o primeiro construtor de barcos e arquiteto, e inventou o guarda-chuva e o carrinho de mão.

Ch'eng Huang
Padroeiro das cidades fortificadas, Ch'eng Huang (Cheng Huang) e o deus das muralhas e fossos, mas seu poder se estende muito além das cidades. Como alto funcionário do outro mundo, analisa a vida dos humanos e, em seus relatórios, calcula se uma pessoa já viveu seu número prescrito de dias na terra.

Tung-Yüeh Ta-Ti
O grande imperador do pico oriental Tung-Yüeh Ta-ti (Tong Yue Dadi) é deus do sagrado monte Tai Shan e dirigente do mundo subterrâneo. Deus muito poderoso tem a palavra final sobre a morte de alguém e faz seus cálculos num ábaco. Em geral há um deles em seu altar, nos templos.

Ts'ai Shen
Como deus da riqueza, Ts'ai Shen (Cai Shen) é muito popular. Até hoje as pessoas rezam diariamente para ele, mas a melhor época para celebrá-lo é o quinto dia do primeiro mês - seu aniversário. No Ano Novo, as pessoas compram imagens e estatuetas dele, e queimam as no ano anterior. Sacrifícios tais como uma carpa ou um galo são oferecidos a Ts'ai Shen.

Kuan Yin
Deusa da misericórdia, Kuan Yin (GuanYin) era uma divindade budista vinda da Índia. Na China, é adorada porque ajuda os casais sem filhos a conceberem e cura os doentes. É também padroeira dos viajantes e agricultores, além de proteger as almas no outro mundo.

Os Oito Imortais
Os Oito Imortais (Pa Hsien) eram seguidores do taoísmo que obtiveram a vida eterna. Voavam pelos ares a velocidades fantásticas e lutavam para acabar com o mal no mundo. Tiveram muitas aventuras. Numa das lendas, os imortais regressavam embriagados de uma festa quando LanTs'aiho foi capturado pelo filho do Rei Dragão, o que provocou uma violenta batalha. Os Oito Imortais são padroeiros de vários grupos: Chang Kuo-lao, dos velhos; Lü Tung-pin, dos doutos; Chung-Li Ch'uan, dos soldados; Li T'ieh-kuai, dos doentes; Lan Ts'ai-ho, dos pobres; Ho Hsien-ku, das moças solteiras; Hsiang-tzu, dos cultos; e Ts'ao Kuo-chiu, dos nobres.


DEUSES DOMÉSTICOS
Muitas divindades chinesas são adoradas nos templos, mas umas poucas -KuanYin e deuses domésticos como os Men Shen - são adoradas em casa. Imagens de divindades como o deus do lar Tsao Chün são colocadas na cozinha. No fim do ano, são feitas oferendas diante da imagem, que é então queimada, enviando o deus de volta para o céu.

Men Shen
Casal de deuses das portas, em geral ficam na entrada dos templos e das casas. Algumas histórias dizem que são heróis deificados que mataram espíritos maus. O imperador ficou tão satisfeito como trabalho deles que mandou que suas estatuetas fossem postas nos portões do palácio, para espantaros demônios.

Tsao Chün
Uma imagem do popular deus do lar chinês, Tsao Chun (ZaoJun), é colocada perto do fogão, em muitas casas. Dali, pode cuidar da casa toda. Ele entrega um relatório anual de cada membro da família aos deuses do Paraíso Ocidental. As pessoas adoçam seus lábios com mel, para que Tsao Chün diga só coisas boas a seu respeito.


DEUSES DA MEDICINA
Historiadores da dinastia Han (202a.C.-220d.C.) inventaram imperadores míticos para explicar os primórdios da história chinesa. Primeiro houve Fu Hsi (Fu Xi), patrono dos músicos, que inventou os instrumentos musicais e a escrita chinesa. Depois, Shen Nung (Shen Nong), deus da agricultura e o primeiro lavrador. Por fim veio Huang Ti (Huang Di), fundador da civilização, que reinou por cem anos. Todos os três imperadores deificados eram especialistas nas propriedades curativas das plantas e atribui-se a eles a invenção da medicina chinesa.

Shou Lao
O papel mais importante de Shou Lao, que significa "estrela da vida longa", era ser o deus da longevidade. Retratado como um velho calvo e sorridente, em geral carrega um pêssego, símbolo da imortalidade, e às vezes uma cabaça, emblema da prosperidade. E assistido por um grupo de animais - morcegos, cegonhas e cervos,símbolos da felicidade.

Pan K'oan
Na tradição chinesa, quando uma pessoa morre sua alma vai para o inferno, onde suas ações na terra são investigadas. Nos tribunais de justiça, Pan K'oan decide como a alma deverá ser punida. Quando todos os pecados são castigados, a alma aparece diante do juiz final, que decide como ela deve renascer.

Kuan Kung
Kuan Kung (Guan Gong), também conhecido como Kuan Ti, é um herói muito popular, a quem as pessoas pedem todo tipo de proteção. Dizia-se que ele enviava seu oficial Shou-ts'ang para punir os malfeitores. Sua forca era notória. Um dia, um açougueiro, Chang Fei, lhe fez um desafio. Estocou carne num poço, coberto com uma pedra de 180 quilos. Quem conseguisse erguer a pedra ficaria com a carne. Kuan Kung ergueu a pedra e começou a pegar a carne, mas Chang Fei tentou impedi-lo. Liu Pei interrompeu a luta e os três se tornaram amigos.

Liu Pei
Herói do famoso Romance dos três reinados, Liu Pei liderou um exército de voluntários para abafar uma rebelião e restaurar o imperador no poder. Com seus camaradas Kuan Kung e Chang Fei, era reverenciado como defensor da honra e do dever. O trio é uma espécie de equivalente chinês dos Três Mosqueteiros.

Obs.: neste site pode ser encontrado uma vasta informação sobre o panteão chinês:

http://www.godchecker.com/pantheon/chinese-mythology.php?_gods-list


Última edição por Nozgoth em Sex maio 15, 2009 12:56 pm, editado 6 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Mitologia chinesa   Mitologia chinesa EmptyQui maio 07, 2009 10:37 am

Noz, vc com certeza é o mais indicado para escrever a parte do Guia sobre Deuses. Acho q temos elementos suficientes para montar uma cosmogonia do PW, partindo deste deuses q vc elencou, mais o mito de Pangu e a parte da história do PW Ph que fala sobre o desaparecimento de deuses e demônios. Vc topa? =P
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MensagemAssunto: Re: Mitologia chinesa   Mitologia chinesa EmptyQui maio 07, 2009 10:42 am

Sim, já estou trabalhando nesse sentido.
Só não me peça para especificar a história pessoal de cada deus ou demônio. hehehee
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MensagemAssunto: Re: Mitologia chinesa   Mitologia chinesa EmptyQua maio 13, 2009 5:31 pm

Mais informações:

O REINO DOS MORTOS
Segundo a tradição popular chinesa, as almas eram conduzidas ao reino dos mortos para serem julgadas. Nesse reino controlando a passagem para seu interior encontramos o "Deus da Porta".
Se tudo estivesse em regra, a alma podia passar e toparia imediatamente com o deus de "Muros e Fossas", que era o encarregado de submetê-la ao primeiro, e mais benigno, dos julgamentos. No entanto, os interrogatórios duravam quarenta e nove dias, um número pleno de conotações simbólicas entre muitos povos do extremo oriente:

"Este é o prazo de que necessita a alma de um morto para alcançar definitivamente a sua nova morada. É a terminação da viagem, durante os quais a alma permanecia retida nos domínios do deus de Muros e Fossas.”

Este deus pode condená-la ou entregá-la ao próximo juiz, passando então à presença do Rei “Yama", que se encarregará de decidir, após um novo interrogatório, se aquela é uma alma justa ou não. Se for o primeiro, a alma será enviada para um dos paraísos chineses - o que se encontra na "Grande montanha" ou "Terra da Extrema Felicidade de Ocidente", onde gozará de liberdade e felicidade eterna.

Se, pelo contrário, o "Rei Yama" sentenciou que se trata de uma alma pecadora então esta será lançada aos abismos infernais. Depois de sofrer dores e castigos sem fim, a alma chegará ao décimo lugar de perdição. Uma vez aqui será obrigada a reencarnar-se e poderá escolher entre um animal ou um humano.

Ao reencarnar em um animal, não perderá o seu antigo sentir humano e, por esse motivo, sofrerá quando a maltratem ou quando a matem. A alma reencarnada, antes de sair do décimo Inferno e dirigir-se para o lugar onde se encontra a "Roda das Migrações" ou “Roda da Vida”, deve beber o "Caldo do Esquecimento" para que guarde segredo de tudo que viveu anteriormente, tanto nas vidas passadas como nos domínios infernais.

Esta beberagem era preparada pela deusa que habitava a misteriosa casa edificada na saída do Inferno. Todas as almas que abandonassem aquele lugar tinham que beber o "Caldo do Esquecimento", pois só então lhes seria permitido continuar e consolidar a sua reencarnação.

Fonte: http://mitologiasereligioes.blogspot.com/2009/03/o-reino-dos-mortos.html
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MensagemAssunto: Re: Mitologia chinesa   Mitologia chinesa EmptySex maio 15, 2009 1:16 pm

Este artigo sobre a mitologia chinesa também é muito interessante:

Relatos da Mitologia Chinesa
Por André Bueno
(http://www.templodoconhecimento.com/portal/modules/smartsection/item.php?itemid=178)

Inseridos num complexo sistema politeísta, os deuses chineses estão entre os mais numerosos do mundo, tornando praticamente impossível contabiliza-los de forma razoável. Isto ocorre graças a incrível diversidade de religiões existentes na China, e a uma longa tradição histórica que tem enriquecido cada vez mais seu folclore e crenças.

Por esses motivos, é sempre complicado fazer uma apresentação sobre a mitologia chinesa. Sua aparência é, para o ocidental desavisado, de um sistema complexo, incoerente, sem uma lógica ordenada tal como a do politeísmo greco-romano. Este engano é compreensível, levando-se em conta o nosso grande desconhecimento sobre a cultura chinesa, além da dificuldade natural que possuímos em tratar com a história de uma civilização que vem acumulado milênios de experiências sobrepostas. Neste pequeno texto, portanto, vamos apresentar algumas das características básicas da religiosidade chinesa e sua relação coma mitologia, além de algumas de suas principais divindades.
Em princípio, devemos saber que este grande número de deuses que compõe o panteão chinês não alcança todas as religiões existentes na China. Tradicionalmente afirma-se que as três grandes crenças chinesas são o confucionismo, o daoísmo e o budismo. Destas, apenas o daoísmo parece compartilhar o culto popular aos deuses, posto que o confucionismo e o budismo desenvolveram-se por caminhos diferentes.
Não sabemos ao certo a datação histórica dessa mitologia. Indicações preliminares apontam para o culto de deuses da natureza durante a época Shang (séculos XVIII – XII a.C.), tal como deus da água, deus do fogo, das árvores, etc. No final deste período, porém, e no início da época Zhou (XII – III a.C.) delineia-se a organização de uma cosmogonia chinesa autêntica, composta por uma corte celeste semelhante a corte do império chinês. Esta seria uma tendência clássica da religião popular chinesa: o mundo do além é igual ao mundo material, e organiza-se da mesma forma que o império chinês. Um mundo é reprodução do outro, e ambos funcionam de forma inter-relacionada.
Esta cosmogonia não parece ter tido grande importância no desenvolvimento da filosofia chinesa em seus períodos iniciais. Confúcio, por exemplo, pouco fala sobre a religião e os deuses; Laozi, da mesma forma, praticamente nada cita. Nenhum mito de criação será comentado, e a cosmogonia será substituída por uma cosmologia, baseada em princípios lógicos e científicos. Desde a época Zhou, pois, as ciências, o pensamento e as crenças das elites possuirão uma tendência a afastar-se da religiosidade popular, exceto pela presença forte e organizada do daoísmo, que a partir do século III a.C. deixará de ser um sistema filosófico para constituir-se numa prática de cunho esotérico.
Assim sendo, falar dos deuses chineses significa tratar de uma mitologia de características folclóricas e populares, inserida num sistema bastante flexível de crenças que os organiza de maneira liberal e criativa. Apesar de sua possível antiguidade, os especialistas têm buscado tratar estas crenças somente depois o século V a.C em diante, quando podem ser obtidas informações mais seguras das fontes e da arqueologia.
Um dos mitos mais famosos, por exemplo, é o de Pangu. Ele aparece pela primeira vez na iconografia de uma tumba datada do período Han (século III a.C – III d.C.), e parece ter sido importado de alguma das minorias étnicas chinesas existentes na época. O mito de Pangu parece responder a necessidade de um mito de criação nessa religiosidade popular, enquanto os pensadores chineses preferiam apostar no estudo da física e do espaço para responder ao problema.
Pangu teria sido um deus mítico, nascido de um ovo cósmico fundido pelas duas energias primordiais, o yin e o yang. Ele teria separado o céu e a terra, e levou milênios na construção do mundo, sendo ajudado por cinco animais; um dragão, uma fênix, uma tartaruga, um unicórnio e um tigre, que seriam depois considerados os guardiões de pontos cardeais e representantes das forças da natureza. O corpo de Pangu é o universo, seu hálito o vento, seus olhos são o sol e a lua.
Outros deuses importantes na mitologia primordial chinesa são Foxi e Nugua, os fundadores da civilização humana. Estes mitos parecem ser legitimamente chineses, e Confúcio citava Foxi como um patriarca da cultura (mas como ser humano divino e abençoado, e não como um deus). Formando um casal que, por vezes, é apresentado com corpo humano e caudas de cobra (ou dragão), Foxi e Nugua são responsáveis pela difusão das técnicas de domínio da natureza. Foxi foi o descobridor dos guas, os trigramas que interpretam a relação das energias yin-yang e que formam o bagua (oito trigramas) que seriam a base do Yijing, o livro das mutações. Teria também descoberto como manipular os metais, o calendário, praticar a caça, fazer leis, escrever, apreciar a música, entre muitos outros atributos. Já Nugua teria ensinado a medicina, as belas artes e a confecção dos tecidos, embora em outros mitos ela tenha sido a própria criadora dos seres humanos, a partir de moldes de barro, e também a deusa que consertou o mundo após uma grande inundação.
Sheng-nung é um deus que completa esta tríade primordial, tendo vindo depois de Foxi e Nugua para ensinar os seres humanos as artes da agricultura e da botânica. Se na mitologia popular ele é apresentado como um deus que possui uma cabeça de búfalo, Confúcio nos informa que ele teria sido um ser humano especial, tendo conhecido a natureza através de anos de pesquisa e trabalho. Como podemos ver, os chineses desenvolveram esta tendência a mistificar e/ou racionalizar seus próprios mitos, embora não diminuísse sua importância histórica.
Este período mais antigo da mitologia diz respeito a um mundo de seres humanos que ainda luta contra a natureza. Por isso, mesmo que os três patriarcas tenham ensinado como sobreviver às agruras da vida, os homens tem a necessidade de realizar grandes façanhas para assegurar sua existência. É o caso do arqueiro Yi, herói arqueiro chamado a deter a revolta dos sóis. Neste tempo imemorial, a terra era banhada pela luz de dez sóis que se revezavam no trabalho. Quando, porém, eles resolveram apresentar-se todos juntos, a terra começou a ser calcinada pelo calor e as pessoas, juntas com os animais, começaram a morrer. Yi foi chamado e matou a flechadas nove destes dez sóis, deixando um para iluminar a humanidade. Vejam aqui a contradição – nunca explicada – de como os olhos de Pangu seriam os astros e depois, na história de Yi, surgem dez sóis, o que mostra que o Pangu parece realmente não pertencer, de forma original, a mitologia chinesa. A mulher de Yi, Zhang, seria também famosa por roubar e ingerir um elixir mágico que a levou até a lua, tornando-a deusa deste astro.
A Humanidade ainda teria que enfrentar os chamados Dramas Universais, tal como a grande batalha entre Huangdi, o primeiro soberano mítico e Zhouyi, um ambicioso demônio-homem, que quase destruíram a Terra. Com um exército composto por seres fabulosos, deuses, animais sagrados e seres humanos, o imperador Amarelo deu combate e venceu definitivamente o vilão, não sem antes ter de enfrentar diversos perigos mágicos e calamidades da natureza. Considerado o sábio patrono da medicina e das artes alquímicas, Huangdi teria sido também o descobridor da bússola e de vários instrumentos técnicos. No final da vida, atingiu a imortalidade e voou para o céu nas costas de um dragão.
Já neste momento encontramos um panteão politeísta organizado em moldes semelhantes ao da vida na terra, como havíamos indicado anteriormente. Este panteão é presidido por um deus supremo, Shangdi (soberano do alto), também chamado de Yuhuang shangdi – imperador de Jade do alto. Presidia uma enorme burocracia celeste, encarregada de aferir a vida dos mortais e administrar-lhes benefícios ou punições. Sua mulher, Wangmu, era padroeira das mulheres e dos partos, além de matrona das artes. Ninguém sabe sua origem; a mitologia diz que ele pode ter surgido de um “soberano primeiro de perfeita pureza”, ou ainda, um antigo imperador desconhecido que, ao morrer, recebeu a ordenação do céu. Tal como no Olimpo grego, Shangdi e sua corte habitavam numa montanha chamada Kunlum, tida como sagrada pelos antigos chineses.
O imperador celeste era acompanhado por um grande número de deuses auxiliares, responsáveis pela administração da natureza e das tarefas propiciatórias ou punitivas. Num primeiro escalão, podemos situar os deuses das regiões, dos pontos cardeais (acompanhados pelos animais celestes) dos domínios (montanha, mar, lagos, rios, etc.) e os padroeiros das cidades, que eram acompanhados pelos deuses das tarefas. Estes, mais populares entre os chineses, são conhecidos por sua ação intercessora junto aos deuses maiores.
Entre eles, podemos citar os Sanxing (Três deuses), que representam os três anseios básicos do povo chinês: Fuxing (sorte), Luxing (fortuna) e Xouxing (vida longa). Às vezes eles são acompanhados de um cão celeste, que afugenta os maus espíritos. Tão bem quistos como estes três deuses são as divindades domésticas, protetoras do lar e da família.
Zaojun é o deus protetor do lar, ao qual todo ano são dirigidas cerimônias especiais. Para que ele traga maior fartura, sua imagem é posta da cozinha, e todo ano Zaojun é convocado a prestar contas, no céu, sobre a família que guarda. Temos também o casal Menshen, protetor das portas e entradas, que afugenta os maus espíritos, e o deus visitante Shoulao, que passeia pelas cidades distribuindo o pêssego da imortalidade de casa em casa. Seus auxiliares (o morcego, a cegonha e o cervo) são considerados sinais auspiciosos de sua presença numa localidade.
As crenças populares chinesas acreditavam na reencarnação, e por isso os deuses da morte eram também bastante respeitados. Ao morrer, a alma da pessoa era levada para o inferno, domínio do deus-rei Yama, onde seria avaliada por um tribunal encarregado de medir seus méritos e erros em vida. Se julgada virtuosa, essa pessoa poderia renascer em uma vida melhor ou ainda, viver eternamente no palácio celeste. Se julgada culpada, porém, ela seria torturada durante algum tempo até purgar suas dívidas, quando então voltaria a terra numa posição condizente com suas necessidades e potencialidades. O tribunal era presidido por Yenlowang, deus que recebia os relatórios do deus da Cozinha, Zaojun, sobre a vida do réu. A decisão, porém, cabia ao juiz supremo da morte, Pankoan, que determinava a pena a ser aplicada. Outro mito diz que este trabalho é atribuição de Tongyue Dadi (soberano do monte oriental), mestre do monte tai e dos subterrâneos, que sempre aparece com um ábaco na mão, contabilizando os pecados.
Outros deuses completam essa extensa relação, tal como Caishuen (deus da riqueza e da fartura), Chenghuan (deus da muralha, patrono da cidade e censor da vida dos homens) e Kuixing (deus dos exames e do estudo).
Uma categoria específica de divindades chinesas é formada por aqueles que, segundo as lendas, já foram seres humanos normais mas obtiveram a divindade por algum grande feito ou descoberta que tivesse beneficiado a humanidade. Mais do que santos, esses heróis passam a atuar como responsáveis por alguma parcela das forças divinas, e os crentes passam então a dedicar-lhes culto tal como qualquer deus antigo.
É o caso, por exemplo, dos deuses da prosperidade, os gêmeos Hehe. Tendo trabalhado muito em vida, os irmãos se tornaram o símbolo de grandes empreendimentos e do esforço. No início de todo o ano, presta-se homenagem aos Hehe para obter graças em negócios ou no comércio. Outro deus famoso é Luban, patrono dos inventores e descobridor do barco, da arquitetura, da engenharia, do guarda-chuva e do carrinho de mão. Os mais conhecidos destes seres humanos que teriam obtido a divindade, porém, seriam os oito imortais daoístas, cujas biografias são facilmente encontradas na história chinesa.
Atuando junto aos homens, os oito imortais estão sempre atentos as demandas dos crentes, pois já foram mortais um dia e sabem de suas agruras. São eles Zhang Guolao, padroeiro da longa vida; Ludong pin, protetor dos sábios e do conhecimento; Zhongli guan, dos militares; Hexiangu, protetora das mulheres; Caoguojiu, dos bons cavalheiros; Hanxiangzi, dos poetas e literatos; Litieguai, dos mágicos, médicos e doentes; e Lancaihe, dos pobres.
Não podemos esquecer ainda de Guanyin, divindade budista altamente prestigiada pelos chineses como a deusa da compaixão e da misericórdia. Tendo sido uma devotada freira budista, Guanyin foi sincretizada com o Buda da compaixão (avalokitesvara), um caso único de uma imagem de deus masculino que ganha forma feminina. Outro deus cuja história é bastante conhecida foi Guangong, ou Guandi (soberano da justiça). Guerreiro famoso na época dos três reinos, Guandi ascendeu ao posto de defensor da justiça encarnando um herói disposto a tudo para defender os fracos e oprimidos.

Esta breve apresentação mostra, pois, a diversidade de deuses que podemos encontrar no panteão popular chinês. Tais tradições encontram-se vivas nos cultos daoístas e xamânicos, espalhados pela China e nas regiões próximas, e convivem plenamente com a veneração aos ancestrais e a valorização da ética em vida. Como afirma Julia Ching, “O senso religioso peculiar dos chineses visa de fato a um harmonioso equilíbrio entre dois mundos, o visível e o invisível, o temporal e o supratemporal. Mas orienta a pessoa humana a procurar sua salvação, ou mesmo sua per­feição, no aqui e agora, particularmente na moralidade das relações humanas como quer o confucionismo, mas também na beleza da natureza como querem os sábios daoístas” – uma outra forma, portanto, de manifestar o sentimento religioso presente no íntimo de cada pessoa.


Bibliografia Indicada:

Ching, J. “O senso religioso dos chineses” in Boff, L. (org.) China e o Cristianismo. Petrópolis: Vozes, 1978.
Ching, S.C. & Luo, L. W. China – Lendas e Mitos. SP: Rosita Kempf, 1984
Christie, A. Mitologia Chinesa. Lisboa: Verbo, 1988.
Coletânea. Mitologias Chinesas. SP: Landy, 2000.
Maspero, H. Taoísmo y las religiones chinas. Madrid: Trotta, 2003.
Palmer, M. Elementos do Taoísmo. Rio de Janeiro: Ediouro, 1993
Rawson, P. Tao. Lisboa: Del Prado, 1998.
Schmaltz, J. & M. Histórias da Mitologia Chinesa. Porto Alegre: Xerox - Cone Sul, 2000.
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