Clã Dämmerung
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 Nascimento do Trovão

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Marvin
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Marvin


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MensagemAssunto: Nascimento do Trovão   Nascimento do Trovão EmptyQui Fev 18, 2010 12:20 pm

Nascimento do Trovão

Já virara uma rotina. Todas as manhãs Marvin acordava cedo, recolhia seus equipamentos costumeiros, que incluiam um bom conjunto de armadura pesada completa, suas marretas Vôo do Desespero, o Machado de Pan Gu e seus machados de estimação, Bela e Belo, que apesar de não usá-los mais com tanta frequência, não se separava deles; e todos estes já previamente limpos e lubrificados no final do dia anterior. Saia tentando fazer o menor barulho possível, e geralmente falhava terrivelmente nisso, ser sorrateiro não era uma de suas características. Tentava fazê-lo pois estava vivendo nos últimos dias na casa de um velho amigo de infância, na Cidade Universal.

Havia pedido o favor ao amigo, de abrigá-lo, pois, todos os dias, durante as últimas semanas, ele atravessava os portões do chamado "Inferno", para treinar, pelo menos essa era a desculpa que dava a todos. Na verdade Marvin sempre anciava por desafios, por enfrentar monstros mais fortes que ele, e ultimamente só encontrava isso naquele lugar.

Bem, mas essa história não é a respeito de Marvin, afinal. Ele é um mero coadjuvante na mesma.

Não muito longe dali, sua montaria, Sophia, voltava, para a Cidade Universal, de mais uma de suas caçadas noturnas, que também já haviam virado rotina. O momento mais frustrante do seu dia era exatamente aquele, quando ela chegava à CIdade Universal e tentava, a todo custo, convencer Marvin para levá-la junto dele em seu treinamento, e até isso já tinha virado rotina também.

Primeiro ela interceptava Marvin na saída da pensão onde ele fazia seu costumeiro desejum, tinha a idéia fixa de não querer incomodar seus anfitriões, mesmo eles sempre insistindo que ele tomasse café por lá, depois de uma semana de muitos "Nem pensem nisso.", "Não quero abusar.", "Por favor, façam como se eu não estivesse aqui" e um, e apenas um bastou, "Pô, se vocês continuarem insistindo vão me deixar nervoso!", eles desistiram. Comia ovos mexidos com carne, acompanhados de uma grande caneca de Hidromel. Ela o esperava do lado de fora, na soleira da porta da pensão, enquando limpava suas garras dos vestigios de suas presas infortunadas. Temos que ressaltar que isso não deixava o dono da pensão muito feliz, ter uma pantera enorme e mal-encarada em sua porta logo após abrí-la, não atrairia tantos clientes para o café da manhã, mas ele nunca cogitou em reclamar isso para Marvin, se era pelo o que ele gastava lá todos os dias ou pelo medo da reação do bárbaro, não se sabe, eu apostaria na segunda opção.

Quando Marvin levantava da mesa, dentro da pensão, Sophia, a pantera, já ficava em guarda, sua primeira abordagem era sempre ofensiva, não preciso dizer que o dono da pensão também não gostava disso, Assim que o bárbaro saía, ela pulava em cima dele tentando derrubá-lo, rugindo e mostrando os dentes. Marvin, por sua vez, a pegava pelas patas dianteiras, torcendo-as, fazendo a pantera cair de costas, pulando por cima dela, para logo depois começar uma série de carinhos em sua barriga, aos quais ela logo se rendia.
Bem, creio que precisamos ressaltar alguns pontos aqui, para que possam entender claramente esta situação: Marvin era um bárbaro de mais de dois metros e vinte de altura, e seu porte físico era invejável por qualquer fisiculturista, era um guerreiro formidável e renomado, reconhecido por grandes feitos, atingira o cultivo de imortal o que lhe dava ainda mais prestígio, ao passo que, Sophia, era uma enorme pantera negra, que chegava quase aos 4 metros de seu rabo ao focinho, devia pesar quatro vezes mais que Marvin, possuia garras e dentes extremamente afiados e, estava desesperada por atenção, ou seja, não era a visão de uma criança brincando com seu gatinho de estimação.

A segunda abordagem de Sophia era a afetiva, lambia, acariciava, ronronava, arranhava, mordia e tentava, a todo custo, não deixar Marvin prosseguir até o grande portão sem que ele desse atenção as suas súplicas. Era nessa hora que ele a ignorava, a arrastava por vários metros enquanto ela mordia seus joelhos e soltava todo seu peso no chão, não largando por nada.

Sua ultima abordagem, e que era a que Marvin dava mais atenção, era fingir que o abandonaria, levantava o focinho orgulhosa, dava as costas à Marvin e saia caminhando, muitas vezes rumando para uma parede. Marvin colocava as mãos na cintura e esperava até que ela não resistia e voltava, ele fazia um pouco de carinho em seu pescoço e rumava para dentro do portão a deixando desolada. Mas desta vez não foi assim. Ela continuou caminhando, Marvin resistia bravamente, até que ela se virou, olhou para ele e se virou novamente. Isso não fazia parte da rotina dos dois.

O que ocorria com Sophia, e que Marvin custava a perceber, é que ela estava se tornando adulta. E diferente do que o bárbaro pensava, ela não era apenas uma montaria comum. Sophia era especial. Vinha de uma linhagem diferenciada, algo que era impossível de se notar quando Marvin a encontrou, ainda filhote, em uma de suas aventuras. Não que isso tenha passado totalmente dispercebido, ele sempre achara que ela era de certa forma, nobre. Era inteligente, rápida e poderosa como poucas panteras que ele já havia visto, se fosse parar realmente para pensar, seriam pouquíssimas, e todas essas qualidades se intensificaram nessas ultimas semanas, e isso, Marvin, não notara, devido a sua... rotina.

Nas ultimas semanas, enquanto Marvin treinava, Sophia ia até as planícies a leste da grande muralha, hoje conhecidas por muitos como Planícies da Grande Batalha, ou Planícies da Chuva-Sem-Fim por outros, o que era um fato verdadeiro. À anos que lá chovia sem cessar, a água lavava a terra que a mil anos fora enxarcada com sangue de humanos e elfos. Raios cortavam os céus, relâmpagos faziam a noite virar dia num piscar de olhos, e os trovões, estes não paravam de rugir nem por um só minuto, estremeciam árvores e deixavam todos que ali passavam temerosos.

Sophia se sentia bem lá, não tinha explicação do porque, mas era assim que era. Sentia que os trovões a chamavam, como um pai que clama para que o seu filho venha buscar o seu legado, e era assim que era.

Marvin finalmente esmoreceu, se desarmou de sua prepotência e suposta superioridade e foi atrás de sua montaria. Mas agora ela o ignorava, as abordagens dele foram as mesmas que a dela para com ele, mas em ordens diferentes. Primeiro a chantagem emocional, frases como "Ah, é assim agora né?" "Nem pense que vou cair nessa." e até mesmo as "Se você não parar agora eu... eu...droga.", era nesses momentos que a primeira abordagem virava a segunda, a da súplica, dos carinhos etc.A terceira foi a mais frustrante, quando Marvin tentou para-la a força, ela simplesmente correu, e nisso ele não tinha a mínima chance de superá-la.

E assim transcorreu aquele dia, quando Marvin atingira as ruínas da Grande Muralha já era final da tarde. Seguir o rastro de Sophia foi um trabalho árduo, ainda mais se tratando de Marvin que não era um grande rastreador, o pouco que sabia era da convivência com grandes rastreadores ao longo dos anos. Mas a partir dali não teria mais condições de persegui-la, a chuva caia forte, extinguindo qualquer possibilidade de rastros, pelo menos daqueles que ele podia encontrar.

Caminhou na chuva sem esperanças, que agora já se transformara em tempestade. Começava a pensar se aquilo seria definitivo, se perderia realmente a sua companheira, que já o acompanhava por alguns anos.

A escuridão da noite era castigada pelos clarões dos relampagos incessantes, Marvin andava lentamente, já cansado. Já havia retirado o peitoral de sua armadura e o abandonara alguns kilometros atrás, mas ainda assim se sentia pesado, enxarcado como estava, agradeceu a Pan Gu por ter tido a grande idéia de guardar suas armas antes de partir, elas seriam apenas um peso a mais naquela situação. E continuou caminhando, sem rumo, pela chuva.

Já era madrugada quando ele resolveu descansar, já conseguia avistar as silhuetas dos moinhos duarante os clarões, sabia que logo chegaria ao fim das planícies se continuasse andando, tinha esperança de encontrar Sophia na fronteira leste da planície, ela terminava em um grande rio, próximo a Cidade das Espadas, cultivou essa idéia fixa de encontra-la ali nas ultimas horas, afinal fora ali que a encontrara pela primeira vez, ainda filhote enquanto lutava para não ser devorada por uma matilha de lobos.

Encostou em uma árvore cabisbaixo, seus ouvidos zuniam, os trovões não pararam de rugir desde que a chuva se transformara em tempestade, tentava inutilmente alongar os ombros, parecia que tinha lutado contra hordas e mais hordas de Sem-Almas, o pensamento do quanto havia sido injusto com Sophia nas ultimas semanas perfurava seu cérebro como uma lança afiada, suspirou em busca de algum alívio.

Foi naquele instante que ouviu um rugido, que mais parecia outro dos trovões, teve medo, algo totalmente incomum para um bravo guerreiro como ele. Os segundos de espera por um novo relâmpago pareceram horas, quando ele veio, finalmente viu o que esperava, ali, cerca de trinta metros de distância dele, a grande pantera rugia em direção ao céu, estava em uma espécie de elevação na grama, o que a deixava uns dez metros acima de Marvin, ela olhava para o outro lado da elevação.

Foi correndo até ela, nos ultimos metros que os separavam ele se conteve, conseguiu finalmente contemplar o mesmo que Sophia via nas ultimas horas. Se aproximou calmamente, ela o olhou demonstrando todo o amor que sentia para com seu mestre e guardião, ignorando qualquer sentimento negativo que houvesse nutrido por ele em algum momento, e ele retribuiu seu olhar com ternura, ambos se voltaram novamente para aquela visão surpreendente. Eram os chamados Leopardos do Trovão. Uma raça de felinos, dita extinta há muito, enormes, absolutos, maravilhosos, uma visão notável, a mesma quando se vê pela primeira vez um dragão, uma fênix ou um grifo, sua nobreza pulsa como ondas de energia ao seu redor, impossibilitando qualquer um de desviar o olhar. Havia vários deles. Ficaram, os dois, ali por alguns minutos.

Foi Sophia quem quebrou o silêncio, com um ronronar suave enconstou sua cabeça na mão de Marvin, como que pedindo sua aprovação.

- Agora eu entendo - ele disse - me desculpe por ignorar isso por tanto tempo, sempre soube que você era especial. - acariciou sua cabeça como sempre fazia - Vai, eles estão te esperando. - disse por fim.

E ela foi, sem olhar para trás.

Algumas semanas se passaram, Marvin finalmente habituara a velha rotina a nova situação, acordava, recolhia seus equipamentos, tentava inutilmente sair sem acordar ninguém e se dirigia a pensão para comer, tudo parecia transcorrer como no dia anterior, mas não era assim que iria ser. Quando se levantou da mesa teve que se segurar para não cair, ouviu um trovão rugir fazendo tremer toda estrutura da pensão, abriu um enorme sorriso, não teve dúvidas, ela voltara.

Saiu as pressas pela porta e lá estava ela, muito diferente de como a conhecia, mas não tinha dúvidas que era ela, sua montaria, sua pantera, sua amiga, sua Sophia. Estava enorme, quase dobrara de tamanho, imponente, altiva, sua pelagem, antes totalmente negra, agora parecia ter luz própria as vezes reluzindo em tons amarelados, o que a deixava com manchas mais escuras que a cada momento estavam em um lugar diferente.

Fez uma reverência a Marvin com a cabeça, que prontamente foi respondida. Ele sabia o que ela queria dizer, sabia que agora ela estava pronta para acompanhá-lo onde quer que fosse. Ela, por sua vez, agora tinha certeza que ele nunca mais a rejeitaria, não importava o quão forte ele ficasse, ela se manteria à altura.

(ficzinha pra situar a nova situação da Sophia *-*)


Última edição por Marvin em Sex Fev 19, 2010 11:54 am, editado 2 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Nascimento do Trovão   Nascimento do Trovão EmptyQui Fev 18, 2010 1:10 pm

*-* Awesome Marv!! Ótima fic, bom trabalho, e good job Sophia *-* Parabénis ^^
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MensagemAssunto: Re: Nascimento do Trovão   Nascimento do Trovão EmptyQui Fev 18, 2010 1:19 pm

Ficou muito bom *-*

O estilo está ótimo, Marvin, profissional^^

Eu ri muito no começo xD
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Marvin
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MensagemAssunto: Re: Nascimento do Trovão   Nascimento do Trovão EmptyQui Fev 18, 2010 1:39 pm

Opa valeu pueblo *-*

Sophia tb digievoluiu xD
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MensagemAssunto: Re: Nascimento do Trovão   Nascimento do Trovão EmptyQui Fev 18, 2010 1:57 pm

Ae Marv, nem tenho palavras pra descrever a FanFic, ficou ótima mesmo, parabéns!!!
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Marvin
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MensagemAssunto: Re: Nascimento do Trovão   Nascimento do Trovão EmptySeg Fev 22, 2010 7:42 am

Opa valeu H ^^
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MensagemAssunto: Re: Nascimento do Trovão   Nascimento do Trovão EmptySeg Mar 22, 2010 10:52 pm

Marvin, vc tem estilo. Ótima fique. Divertida e elucidadora do atual estado OP de Sophia. Parabéns.
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MensagemAssunto: Re: Nascimento do Trovão   Nascimento do Trovão Empty

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